18-09-2019

Parcerias são a alma do negócio da TMG Textiles

As mudanças começaram a ser feitas nos últimos cinco anos. Face aos novos desafios do mercado, a área têxtil da TMG, rebatizada TMG Textiles, decidiu abraçar toda a cadeia produtiva, recorrendo a parcerias e a uma aposta reforçada na confeção. «Percebemos que se fossemos competir por preço, íamos perder. Nós temos uma infraestrutura forte de tecnologia, com know-how de pessoas e de máquinas, e acabamos sempre por ser mais frágeis em termos de preço», explica Rita Ribeiro, business manager da TMG Textiles. «Por isso, tínhamos que ser diferentes. E ser diferente é poder apresentar ao cliente um produto integral. Esta foi a primeira etapa. E depois tínhamos, e temos, uma vantagem, que é a tecnicidade, a cultura do que se pode fazer numa máquina, que é completamente diferente de quem tem uma visão só comercial. Percebemos que tínhamos de ir por aí e explorar o produto. Saímos do básico e fomos para o produto mais diferenciador», revela ao Jornal Têxtil.

Parte desta estratégia assenta na criação de parcerias com outras empresas da indústria têxtil e vestuário. «O facto de termos decidido passar custos fixos a custos variáveis obrigou-nos a sair de casa e fez-nos conhecer pessoas interessantes dentro do cluster têxtil, fábricas muito bem organizadas, algumas com pouca visão comercial, que acabaram por ser extensões da nossa fábrica», afirma.

Somelos, Riopele, Mundifios, Risatel, Inovafil e até a inglesa Carrington, com quem tem uma joint-venture na área dos acabamentos – a MGC – Acabamentos Têxteis –, são algumas das parcerias estabelecidas, a que se somam outras fora do sector, como é o caso com a Porto Business School. «Tenho pena que não haja mais empresas em Portugal para podermos fazer estas parcerias, porque acho que quantos mais estivermos dentro de Portugal, mais clientes vêm cá e mais oportunidades temos», acredita Rita Ribeiro.

Diferenciação é palavra de ordem

Estas parcerias têm impulsionado o desenvolvimento de novos artigos. «Fazemos muitos desenvolvimentos de fios porque para se ter um produto diferenciador, tem que se ter um fio diferenciador. Por isso trabalhamos muito os jaspés, bouclés, mesclas, molinés, malfilés… Temos uma série de fios que nunca na vida a TMG tinha apostado tão forte como está a fazer agora», assume a business manager.

Recentemente, à produção de tecidos e malhas e de peça confecionada em malha, juntou a confeção em tecido. «Em janeiro vimos que havia uma oportunidade. Infelizmente, a Ricon fechou, mas tinha colaboradores fantásticos. Nós tínhamos uma relação estreita com alguns desses colaboradores e percebemos que havia algumas oportunidades de negócio. Só que, ao mesmo tempo, não queríamos estar a concorrer com os nossos parceiros das confeções, por isso tínhamos de ir buscar um negócio que os nossos parceiros não tivessem. O único era o do outerwear», justifica Rita Ribeiro, que, contudo, ressalva que «o nosso objetivo não é vender outerwear, é vender tecido e malha. Acima de tudo queremos estar mais perto do nosso cliente final, entendê-lo melhor e perceber os seus problemas. Só estando no fim da cadeia, na confeção, é que realmente tudo aparece e temos de ser ainda melhores do que o que somos».

Julho trouxe centro de design e tecnologia

Nesta busca pela diferenciação, a TMG Textiles, que emprega cerca de 500 pessoas, criou ainda um centro de design e tecnologia, que entrou em funcionamento no passado mês de julho, com uma biblioteca que encerra os 80 anos de história da empresa e as várias áreas em que trabalhou, da lingerie aos tecidos para decoração, assim como a oferta de estamparia, fios e botões de alguns parceiros. «Criámos três cápsulas dentro deste centro de desenvolvimento e convidámos alguns dos nossos parceiros estratégicos a fazer parte deste desafio, para acrescentar valor, quer para eles, quer para nós», desvenda Rita Ribeiro.

Um centro que quer aproximar, cada vez mais, a TMG Textiles dos seus clientes. «Estamos num processo de intimidade com os clientes – estamos a trabalhar cada vez menos clientes mas com uma relação mais estreita. Hoje, a TMG posiciona-se, sem dúvida, como uma extensão industrial e criativa dos seus clientes, que estão cada vez mais preocupados com as vendas nas suas lojas e deixam para nós, em conjunto com os seus designers, a seleção do desenho, do produto e das qualidades», resume a business manager, que tem como ambição futura alargar as parcerias da empresa. «Queria ter a força que hoje temos com os parceiros-fornecedores com os parceiros-clientes. Se tivesse que definir uma palavra que move a TMG, é, efetivamente, parcerias. E é este o caminho: todos os dias há que trabalhar de forma diferente e melhor», conclui.

 

Fonte: Portugal Têxtil

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